segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Entrevista


Introdução


João Ribeiro com 23 anos e o curso de fotografia, parte para Inglaterra em busca do seu sonho e de fazer a sua vida.

 

·       Porque razão escolheu Inglaterra?

Sempre pensei que o meu destino fosse Inglaterra. Imaginava-me, com a minha máquina fotográfica, a tirar imagens de bons momentos. A passear, a viver e mesmo criar uma família. Acho que já está na altura!

·       E estás a gostar de estar em Inglaterra?

Sim, estou a gostar imenso. As pessoas são simpáticas, os meus colegas de trabalho são excelentes e existe um bom ambiente. Gosto também da comida.

·       A cultura é diferente daqui de Portugal?

Sim, a comida é diferente e estranha ao mesmo tempo mas há coisas que gosto muito de comer. É diferente de Portugal. As roupas são diferentes e mais caras. O tempo é mais frio e húmido.


·       Depois de muitas fotografias tiradas, gostavas de escapá-las  em alguma galeria?

Sim, sem dúvida. Gostava de ser mais conhecido na minha área. Adoraria conhecer também os melhores fotógrafos do mundo e de ser tão bom como eles.

·       Quantos filhos queres ter?

Tenciono ter 2 filhos, um casal.

·       Quantos anos pretendes viver aqui?

Pretendo ficar a viver aqui durante uns bons e longos anos e, se possível, não sair mais daqui. Gosto muito de estar cá!

 

Conclusão

·       O que pensas de Portugal?

Portugal é um bom país, tem muito boa gente, muito boa comida e é um bom sítio para passar férias. Tenho muitas saudades da minha família e tenciono ir lá nas férias de Natal.

 

Jéssica Martins

 Rita Silva

 André Rodrigues

 10ºB

sexta-feira, 12 de outubro de 2012


    Editorial                         

 
 
 

"Qual é o mal das redes sociais? -  Não vejo nenhum"   

 
A maioria da população tem esse pensamento e, claro que são as jovens que têm  o maior risco de perigo, pois as jovens estão a crescer numa fase de desenvolvimento e estão a evoluir os seus conhecimentos e às vezes têm de cometer os erros para conhecer o que é certo e errado comparativamente com as consequências. Mas têm de ter cuidado para não cometer sempre os mesmos erros porque nada muda e ficarão para sempre registados.
 
Hoje em dia, os jovens ignoram os avisos porém acham que não acontece nada mas sucede com qualquer um. Há que manter  a privacidade e a segurança pelos seus dados pessoais, só os podemos revelar para as pessoas que realmente conhecemos e confiamos. Nunca para estranhos!
 
A internet é como se fosse um mundo cheio de vantagens e desvantagens.
 
Na minha opinião, é positivo o facto de existir a internet mas há sempre aspectos negativos, penso isto porque é um meio de fácil acesso à comunicação com os outros, ter possibilidades de informar em qualquer hora, com mais rapidez as notícias no mundo.    

                                                                                               Tita, nº20 do 11º E

quarta-feira, 10 de outubro de 2012



 Requerimento

 
  Exm.º Senhor Diretor da Escola Secundária António Arroio
 
 
Eu, André Rodrigues , nº2, do 10ºano, da turma B, pretendo fazer uma exposição aqui nesta escola, da disciplina de Português, no dia 8 de outubro deste ano, pelas 14 horas. Venho pedir ao Diretor da escola se me dá autorização para fazer uma exposição sobre Moda e Arte aqui no corredor da escola. Se houver danos, eu responsabilizo-me  por eles.

Pede deferimento.

                                                                   Lisboa, 8 de outubro de 2012





    O estudante,                                                                            O  Diretor da escola,

   André Rodrigues                                                                



                                                                                  
                                                                          André Rodrigues nº2 10ºB

Requerimento

Exmo.º Senhor Diretor da Escola António Arroio 

Rita Maria Pontes Dias Abreu Da Silva da turma B, do 10º ano, n.º 16, o Diretor da minha turma é o Nuno Cristovão. O meu curso é de Fotografia.

Já fiz fotografias em África a crianças, naturezas, selvas, animais, pôr- de- sol. Gosto de ajudar as pessoas que têm fome. E gosto de andar a fotografar em África. 

Venho pedir autorizaçâo para fazer uma exposição na escola com as minhas fotografias a preto e branco e a cores. Eu desejaria  marcar esta exposição

  para o dia 24 de Novembro de 2014 às 9:00 horas. 

 

Pede deferimento,      

  

 Lisboa, 17 de Setembro de 2012

 

 A Estudante 

_______________ 


Rita Silva 10.ºB N.º16

         Requerimento de autorização para uma exposição

             Exmo Senhor Diretor da escola António Arroio

   Jéssica Martins, turma 10ºB, Nº 8, venho por este meio solicitar a vossa autorização para que nos próximos dias 13 de Outubro até ao dia 20 do mesmo mês, se realize uma exposição no átrio da escola. A Associação de Estudantes encarrega-se de se responsabilizar pela exposição juntamente com os professores de desenho e também em caso de alguns danos que possam surgir.
Pede deferimento.


              O (a) Estudante
         Jéssica Sousa Martins

                                                               Lisboa , 10 de Outubro de 2012





                                                                                Jéssica 10ºB

quarta-feira, 3 de outubro de 2012






O QUE É A A.P.A.V.?
A APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) é uma instituição particular de solidariedade social fundada em 1990.


 PARA QUE SERVE A A.P.A.V.?
A A.P.A.V. existe para ouvir, aconselhar e apoiar… O quê? Apoia as vítimas de todos os tipos de crime contra as pessoas com existência de violência (maus tratos, ameaças, crimes sexuais, violência doméstica, etc…)


























LOCALIZAÇÃO
A A.P.A.V. dirige uma rede de gabinetes de Apoio à Vítima presentes em 15 localidades portuguesas: Albufeira, Braga, Cascais, Coimbra, Faro, Lisboa, Odivelas, Ponta Delgada, Porto, Portimão, Santarém, Setúbal, Tavira e Vila Real. 



IMPORTANTE: QUANDO ALGUÉM FOR VIOLENTO CONTIGO OU QUALQUER COISA PARECIDA, VAI À POLÍCIA OU À A.P.A.V.!
















 Lisboa, 3 de Outubro de 2012
António Palma Coelho/Beatrice Dré  Brigola
11º M nº 7/8








APAV




A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é uma instituição particular de solidariedade social, pessoa colectiva de utilidade pública, que tem como objectivo estatuário promover e contribuir para a informação, protecção e apoio aos cidadãos de infracções penais.
É, em suma, uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma individualizada, qualificada e humanizada.
Fundada em 25 de Junho de 1990, é uma instituição de âmbito nacional, em Lisboa


Ana Magalhães, 11º M, Nº 3
Miguel das Neves, 11º M, Nº 20
Descrição da imagem do livro de Português: Expressões 11º ano:

Nesta imagem, o que se pretende ser salientado é uma mulher que foi violada, chamando-nos a atenção das "negras" que tem nos braços e da roupa desconjuntada, devido a uma possível luta. A intenção do texto do anúncio é tentar reduzir o número de violência doméstica, dar o apoio às pessoas necessitadas e chamar a atenção de todos para o bem-estar social e para a divulgação dos maus-tratos dos outros, junto da APAV.

Ana Magalhães 11º M, Nº 3
Miguel das Neves 11º M, Nº 20

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ser Poeta

-Num simples poema
o poeta pode agradar
uma só pessoa ou o mundo inteiro
e mostra o que tem para dar


-Ser poeta, é ser diferente
é ser sonhador, é ser escritor
ser poeta, é ser carente
ora transmite alegria, ora dor


-Ser poeta, qual quer pessoa o pode ser
pega num papel e numa caneta
ora pode sonhar alto ou baixo
e escrever o que lhe apetecer


-Sendo poeta, tambem se pode ser vedeta
mas podes rimar e ser poeta
apenas com um papel e uma caneta.
Jéssica Martins 10ºB

quinta-feira, 31 de maio de 2012

2011/2012


(H) Alexandra Fernandes, Ana Ceitil, Ana Rodrigues, Bernardo Correia, Carolina Serrano, Catarina Nascimento, Ema Gaspar, Inês Sobral, Joana Veloso, Joana Pitta, José Rodrigues, Mafalda Garcia, Marco Castilho, Maria Pinto, Carmo Madeira, Maria Inês Pastorinho, Marta Amaro, Mónica Coelho, Olga Pavlovska, Tiago Leite.


(E) Ana Vieira, Ana Alves, Bruno Ferreira, Carolina Petrucci, Catarina Pourtalès, Diana Vozone, Flávia Antão, Francisco Marcelo, Inês Campos Silva, Joana Pina, Joana Garrido, João Pinto, João Rodrigues,  Mafalda Penedo, Manuel Casal, Maria Ana Machado, Maria Leonor Correia, Mariana Morgado, Marta Macarico, Mélanie Leboeuf, Mónica Martos, Rita Marques, Tiago Mascaranhas.  



quarta-feira, 9 de maio de 2012










Modernismo
Onde?
- Em Portugal
Quando?
-Desenvolveu-se aproximadamente no início do século XX até ao final do Estado Novo, na década de 1970.
Porquê?
-Pela produção artística profundamente marcada pelo classicismo racionalista e naturalista.
-A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de desagregação de valores.
- Evidente forte resistência à inovação.
Como?
- Deixando atrás o acanhado meio cultural português
-Entregando-se às sensações da vida moderna, da velocidade, da técnica, das máquinas.
-Esquecendo o passado, comprometer-se com a nova realidade e interpretá-la cada um a seu modo.
-Através da revista Orpheu, em 1915, marco inicial do Modernismo em Portugal, influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias (futurismo, cubismo).
Características:
-O rompimento com o passado
-O carácter anárquico
-O sentido demolidor e irreverente
-O nacionalismo com múltiplas facetas
-O nacionalismo crítico, que retoma o nacionalismo em uma postura crítica, irónica e questiona a situação social e cultural do país

-O nacionalismo conservador, ligado principalmente às posturas da extrema-direita.

sexta-feira, 27 de abril de 2012


Felicidade



“ Há coisas que não conseguimos explicar… Mas mesmo assim tentamos interpretá-las.

Há coisas que não conseguimos acreditar sem ver… Mas mesmo assim continuamos a ter fé.

Há coisas que não conseguimos perceber… Mas mesmo assim continuamos a procurar respostas.

De todas as coisas do mundo difíceis de explicar, acreditar ou perceber… a que todos procuramos é a Felicidade! A Felicidade… sim! Todos queremos ser Felizes!

Felicidade… felicidade…

Tentamos explicá-la… Mas não há palavras que a descrevam…

Tentamos acreditar nela… Mas muitas vezes falta-nos a fé…

Tentamos percebê-la… Mas no entanto não obtemos respostas suficientes…

E mesmo assim, ao longo de toda a nossa vida continuamos a procurá-la e a tentar dá-la a conhecer… E isso é o melhor da Felicidade… Mesmo não sabendo tudo sobre ela, sabemos que a procuramos, para nós e para os outros!”

sábado, 21 de abril de 2012

José Saramago foi um romancista, poeta e dramaturgo português. Natural de Azinhaga, concelho da Golegã, Saramago cresceu em Lisboa, onde sempre viveu com muitas dificuldades económicas, tendo mesmo que desistir dos estudos. Foi serralheiro mecânico, jornalista, tradutor e desenhador.
O seu primeiro livro, “Terra do Pecado”, data de 1947. Esteve sem escrever até 1966, época em que trabalhou numa editora em funções de direcção literária e de produção. Foi comentador político do Jornal "Diário de Lisboa" em 1972 e 1973 e director-adjunto do "Diário de Notícias em 1975.

Obras de José Saramago

Romance
  • Terra do Pecado, 1947
  • Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
  • Levantado do Chão, 1980
  • Memorial do Convento, 1982
  • O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
  • A Jangada de Pedra, 1986
  • História do Cerco de Lisboa, 1989
  • O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
  • Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
  • Todos os Nomes, 1997
  • A Caverna, 2000
  • O Homem Duplicado, 2002
  • Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
  • As Intermitências da Morte, 2005
  • A Viagem do Elefante, 2008
  • Caim, 2009
Poesia
  • Os Poemas Possíveis, 1966
  • Provavelmente Alegria, 1970
  • O Ano de 1993, 1975
Crónica
  • Deste Mundo e do Outro, 1971
  • A Bagagem do Viajante, 1973
  • As Opiniões que o DL teve, 1974
  • Os Apontamentos, 1976
Diário
  • Cadernos de Lanzarote I, 1994
  • Cadernos de Lanzarote II, 1995
  • Cadernos de Lanzarote III, 1996
  • Cadernos de Lanzarote IV
Viagem
  • Viagem a Portugal, 1981
Conto
  • Objecto Quase, 1978
  • Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
  • O Conto da Ilha Desconhecida, 1997
Teatro
  • A Noite, 1979
  • Que Farei Com Este Livro?, 1980
  • A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
  • In Nomine Dei, 1993
  • Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido, 2005

Infantil

  • A Maior Flor do Mundo, 2001
As obras de José Saramago estão traduzidas em vários países, entre os quais Espanha, Holanda, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Japão, Hungria, Suíça, Argentina, Colômbia, México, Cuba, União Soviética, entre muitos outros.
Entre os muitos prémios que recebeu destaca-se o Nobel da Literatura em 1998. Foi Doutor "Honoris Causa" pela Universidade de Turim em 1991, pela Universidade de Sevilha, também em 1991 e pela Universidade de Manchester em 1994. Foi condecorado Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada em 1985 e Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras Francesas em 1991.
José Saramago morreu no dia 18 de Junho de 2010, aos 87 anos, na sua residência de Lanzarote, em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença.

Memorial do Convento é uma obra literária escrita por José Saramago. Em resumo, o livro conta duas histórias que, a dado momento, se entrelaçam.

A primeira história leva-nos ao tempo da construção do Convento de Mafra, cuja edificação foi feita por D. João V e oferecida a Deus, para que este lhe desse um herdeiro, uma vez que o rei era casado já há dois anos com D. Maria e até então não tinham tido filhos. Saramago fala e critica a opressão que os nobres e o clero exerciam sobre o povo, uma vez que esta grandiosa construção custou muitos sacrifícios e originou muitas mortes dos populares.
A segunda história é a história de amor entre Blimunda e Baltazar, pessoas pobres e humildes. Blimunda tem o dom de ver por dentro das pessoas, mas para isso tem que estar em jejum.
São ambos amigos do padre Lourenço, um homem perseguido pela inquisição, que tem o desejo de voar e que, para isso, desenhou uma máquina, à qual chamou passarola. Pede a ajuda de Baltasar para a construir e este, após algumas hesitações, aceita. Com a ajuda da amada, mudam-se para a quinta do Duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira, para iniciarem a obra.
Entretanto, com a partida do padre para a Holanda, o casal parte também para Mafra, que é a terra de Baltasar. Estiveram sem se ver durante 3 anos, até que Baltasar recomeça a construção da máquina. Num desses dias, consegue voar e nunca mais aparece. Blimunda procura-o durante nove anos, até que um dia, num auto-de-fé, encontra-o. Ele fora condenado à fogueira.
Até esse ponto, Blimunda nunca tinha visto Baltasar por dentro, pois mal se levantava comia sempre um pouco de pão, para não estar em jejum. No entanto, instantes antes de morrer ela olhou-o, recolheu a sua vontade, porque ele lhe pertencia.
Não me Peçam Razões...

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago
Poema à boca fechada


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
José Saramago

Paraíso

Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol não me constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita o sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota…
Crepite, em derredor, o mar de Agosto…
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençois o lume do teu peito…
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.

David Mourão-Ferreira

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Vens-te do ar

"Pelo caminho da repugnância geral e a generalização da repugnância total.
Passear pelos olhos da infância e recordar o sabor da simplicidade inerente áquelas casas adquiriu em mim a importância vital do ar. Do ar que é simples, do ar que é complexo, do ar que é inextinguivel, incompreensivel. Com capacidades de DoAr o extinto porque Do Ar te vens, te vens doar como incorporal."

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O (Maravilhoso) Guia do Nonsense


Para quem sempre se questionou "Porque é que um corvo se parece com uma secretária?" ou simplesmente se interessa pelo nonsense escrito, fica aqui um tratado da minha autoria sobre o assunto:

O nonsense é, por si só difícil de explicar e defenir, dada a sua própria natureza, mas para o que nos interessa, o nonsense literário pode (na minha opinião) ser caraterizado por simultaneamente seguir todas as regras da construção frásica, concordâncias, etc e ter um significado (ou não) absurdo ou insólito.
Excluem-se assim palavras e letras ao acaso, e aproximamo-nos do absurdo e imaginação de textos como os de grandes referências do género (se é que isso se lhe pode chamar), como Lewis Carrol e Dr. Seuss.
No entanto, descrever ideias excêntricas e mirabolantes é tão ou mais difícil que uma qualquer outra descrição rica daquilo que normalmente se sente ou observa, por isso e após  ter sido questionado diversas vezes sobre o assunto decidi escrever o meu guia para o Nonsense, um método para o caos: assim seguindo três passos chega-se a um resultado no mínimo surpreendente (para não dizer louco)
1- Começa-se por enumerar uma lista de objectos/ locais/ conceitos e adjectivos que os caracterizem, exemplificando:
A- A mesa geométrica
B- O mar azul
C- O mel doce
D-  A chávena quebradiça

2- A cada um destes objectos associa-se agora uma acção que lhes seja lógica, podendo também acrescentar-se um interveniente, nesse caso pode-se já inserir um elemento estranho ao contexto da frase. Passo a exemplificar:
A - A sereia escrevia sobre a mesa geométrica
B- Os ventos sopravam sobre o mar azul
C- O raio de luz brilhava dentro do mel doce
D- Alguém bebia pela chávena quebradiça

3- Agora é que a magia acontece: Começa-se por dividir as frases nos seus elementos constituintes, e em seguida trocam-se os de umas com os seus semelhantes das outras, mantendo o objecto que se escolheu inicialmente, e fazendo as modificações necessárias para que a frase esteja bem construída. Ilustrando o processo:

A - A sereia escrevia sobre a mesa geométrica
B- Os ventos sopravam sobre o mar azul
C- O raio de luz brilhava dentro do mel doce
D- Alguém bebia pela chávena quebradiça

A -  Alguém bebia a mesa azul
B- O raio de luz brilhava dentro do mar geométrico
C - A sereia  escrevia sobre uma chávena doce
D - Os ventos sopravam sobre o mel quebradiço


O resultado é confuso - se bem que não se escreveu nada de errado, nada parece, pelo menos de imediato, fazer sentido. Eis um bom ponto de partida para uma narrativa, um poema, um diálogo ou até uma adivinha sem resposta.

Claro que não se pode reduzir o nonsense a um método destes: para já a sua própria natureza vai contra métodos e convenções, e depois, cada um tem a sua imaginação e criatividade, e assim criará ideias completamente diferentes de outro que siga o mesmo método. Porém, é uma boa fundação sobre a qual se pode então erguer um castelo periclitante do inesperado!

Outras técnicas eficazes são:


Inventar novas palavras, ao acaso (fafarisco) ou recorrendo á formação de palavras (brilho + luminoso = brilhuminoso)


Subverter/ alterar provérbios, expressões populares ou textos conhecidos (Exemplo: Dragão a dragão enche a nuvem o saco)


Criar diálogos sem sentido, com perguntas e respostas por vezes sem ligação e mudanças súbitas de tema de conversa.


Em grupo, cada pessoa escreve um parágrafo, tapa o texto menos a última frase e passa a folha ao seguinte, que deve dar-lhe continuação sem ver o que está para trás, e assim sucessivamente até todos terem escrito pelo menos uma vez.


Seja como for, o resultado será o reflexo do artista, infinitamente original e dotado de uma sensibilidade que se apresenta para além da compreensão dos leitores!